Camboja: “As nossas árvores têm que ficar!”

Um monge acaba de marcar um tronco de uma árvore com um lenço cor-de-laranja e registra a posição dele num mapa Os monges marcam e catalogam as árvores gigantescas para a proteção delas. Foto: Mother Nature (© Mother Nature)
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Os habitantes do vale Areng querem conservar a sua terra natal com as árvores gigantescas e os animais ameaçados. Já expularam duas empresas chinesas de construção. Agora vem o próximo conglomerado chinês e quer construir uma barragem. Por favor, apóiem a população para que ela ganhe definitivamente

Notícias e Atualidades Apelo

Para: Senhor Fan Jixiang, gerente da Powerchina

“Ao gerente da Powerchina: não construam nenhuma barragem no vale Areng protegido no Sudoeste da Camboja”

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“Nós não desistimos até que a construção da barragem seja parada definitivamente!” Decididamente, Ven Vorn está protestando à frente do Ministério de Minas e Energia em Phnom Penh. Juntamente com cinco representantes indígenas, ele viajou à capital para proteger a sua terra natal, o vale Areng, da destruição.

20 mil hectares de floresta tropical têm que ser inundados para a usina prevista, mais da metade desta área na reserva protegida. O terreno é especialmente rico em raras espécies animais como crocodilos-siameses, elefantes e leopardos-nebulosos. 1500 autóctones seriam expulsos da terra deles que as suas famílias têm habitado há séculos.

Nesta Primavera o governo cambojano concedeu à empresa Sinohydro Resources a permissão para a construção da barragem Cheay Areng. A Sinohydro pertence à Powerchina, uma das maiores multinacionais da China.

Esta decisão foi tomada apesar da grande oposição contra a destruição dum tesouro natural sem par. Os habitantes do vale tinham-se juntado com ativistas de Mother Nature e a rede dos monges e tinham alcançado que duas empresas chinesas já desistiram do projeto, já que a barragem lhes parecia demasiado nociva para o ambiente bem como economicamente inviável.

Agora a população do rio Areng está lutando novamente: desde meados de Março, moradores e ambientalistas têm bloqueado o caminho dos trabalhadores de Sinohydro até ao vale. Ali as aldeias já iniciaram um projeto de ecoturismo e os monges estão marcando as árvores gigantescas para a proteção delas. Salve a Floresta participou com doações, organizou patrocínios para árvores e recolheu mais de 90 mil assinaturas no ano passado.

Por favor participem mais uma vez em nossa ação de protesto e assinem a nossa petição à Powerchina.

Mais informações

Mais informações em inglês:

Na página web da nossa organização parceira Mother Nature na Camboja podem-se encontrar informações sobre os seguintes assuntos:

Além disso, encontram-se:

Carta

Para: Senhor Fan Jixiang, gerente da Powerchina

Prezado senhor Fan,

a sua empresa Sinohydro Resources está planejando construir uma usina hidrelétrica nas Montanhas Cardamom no Sudoeste da Camboja. Para isso, o rio Areng deve ser retido e 20 mil hectares de floresta tropical serão inundadas. A metade da barragem fica na reserva natural protegida da Floresta Cardamom.

Seguramente o senhor sabe que o vale Areng está entre as regiões com maior biodiversidade do Sudeste Asiático, representando o espaço vital de muitas raras espécies vegetais e animais. Entre elas estão espécies especialmente ameaçadas como o elefante asiático, o crocodilo-siamês, o leopardo-nebuloso, o aruanã-dourado ou o pato de asas brancas.
Além disso, em conseqüência da construção da barragem, 1500 indígenas seriam expulsos da sua terra natal, na qual têm mantido até hoje a sua forma de vida tradicional.

A Floresta Cardamom protegida não presta para a geração de energia hidráulica. Por isso, duas outras empresas chinesas já desistiram dos seus planos de barragem: em Fevereiro a China Guodian retirou-se por causa da grande pressão pública e também porque o projeto era “economicamente inviável”. É que, além dos danos enormes ao meio ambiente, os custos de construção da barragem são muito altas, enquanto que a capacidade prevista da usina hidrelétrica – 108 megawatts - é relativamente baixa. Em 2011 a China Southern Power Grid já desistiu quando o resultado do Estudo de Impacto Ambiental foi publicado. O gerente afirmou que, sendo uma empresa que atua de modo responsável, os danos ambientais causados pela barragem claramente eram demasiado grandes.

Na página web da Powerchina, o senhor ressalta que a harmonia entre homem e natureza é o centro da filosofia da sua empresa e que ela quer conciliar o crescimento econômico com o desenvolvimento humano.
Além disso, a sua empresa professou as normas ambientais e sociais do Banco Mundial. Todavia, a barragem Cheay Areng infringe estas diretivas, já que prejudicaria a natureza protegida e a população indígena teria que dar o seu consentimento livre e informado. Isto não aconteceu.

Por favor atente em que não só os habitantes do vale Areng mas também a população da Camboja assim como ambientalistas e defensores dos direitos humanos de todo o mundo reprovam esta barragem, porque destruiria este tesouro natural sem par para sempre.

Por isso nós pedimo-lhe que faça parar o projeto de energia hidráulica no vale Areng e que contribua para a conservação da floresta tropical pelo bem dos habitantes dela.

Com os melhores cumprimentos,

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