Panamá: o povo dos Ngäbe rechaça a hidrelétrica Barro Blanco

Ñagarre Barro Blanco - Não a Barro Blanco

19 de dez. de 2012

Em todas as portas das comunidades e famílias afetadas penduram letreiros onde se lê: “Ñagare Barro Blanco“ (Não a Barro Blanco). A hidrelétrica inundará grandes extensões de floresta tropical, último refúgio de espécies em vias de extinção como a rã azul de Tabasará.

O povo indígena Ngäbe Buglé de Panamá continua deixando bem claro que o projeto hidrelétrico Barro Blanco não conta com o consentimento prévio, livre e informado. O que mais lhes dói é que Barro Blanco continua adiante contra sua vontade e apesar de não haver cumprido com o devido processo. Entretanto, o governo minimiza os impactos da inundação prevista de comunidades indígenas e camponeses, campos de cultivo, habitações, escolas, templos, cemitérios e manifestações ancestrais como petróglifos que ficarão irremediavelmente submersas. Os indígenas criticam também que a empresa “Generadora del Itsmo“ está entrando nas comunidades a oferecer medicamentos e uma série de coisas para comprar consciências y vontades. Além disso, o ministro permitiu-se declarar por TV (27-11) que os Ngäbe Buglé são “um grupo minúsculo“.

Em Fevereiro de 2012 estabeleceu-se uma mesa de negociação para pôr fim aos protestos indígenas contra a reforma do Código Mineiro e a hidrelétrica Barro Blanco. A mesa culminou com o chamado 'pacto de San Lorenzo' que o governo não está respeitando.

Em Setembro de 2012 realizou-se uma missão de verificação para revisar o projeto hidrelétrico Barro Blanco. O relatório se dará a conhecer em 20 de Dezembro.

No dia 27 de Novembro o ministro Jorge Ricardo Fábrega disse que com a verificação de campo se dão por terminados os acordos. Mas para os indígenas Ngäbe e os agricultores afetados este assunto não está terminado no absoluto, visto que ainda ficam muitas coisas para falar. A Cacica Silvia Carrera, representante eleita pelos Ngäbe, considera que “o governo sempre nos tem enganhado com compromissos que não cumpre e nos entreteve para que não continuemos a denunciar na mídia“.

“Pedimos ao ministro que respeite os acordos da mesa de diálogo“, diz Ricardo Miranda do Movimento 10 de Abril (M10) em declarações a TVN 2. “O governo está dilatando e distorcendo o processo do relatório técnico que se fez no mês de Setembro nas áreas afetadas“.

As mensagens daqueles que se opõem ao projeto Barro Blanco são:

Para o governo “que cumpra com o pactuado na mesa de negociação“;

Para toda Panamá e o mundo “que se mantenham em alerta perante a prepotência que tem o governo panamenho em vista do clamor do povo Ngäbe Buglé e camponês contra o projeto Barro Blanco e outros“.

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